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domingo, 13 de março de 2011

CIÊNCIA EXATA NO TEATRO

Equilíbrio
Habilidade humana para manter ereto o corpo e mover-se no espaço – é o resultado de uma serie de relações musculares e tensões dentro do organismo. Quanto mais complexo se tornam os movimentos mais o equilíbrio é ameaçado e uma serie de tensões se estabelece para impedir a queda do corpo.
O equilíbrio do corpo humano é constituído de vários terminais sensórios motores, incluindo elemento externo-receptivos(visual, auditivo, tátil) e elementos auto-receptivos (muscular, tendinoso, articular e esquelético).Sabemos que o homem na posição vertical ou em repouso nunca esta imóvel: ele oscila seguindo ritmos particulares e complexos.Esses ritmos sao estabelecidos pelos vários sistemas reflexos sensórios motores, que asseguram a regularização da atividade tônica postural. Em todas as posições assumidas pelo corpo, nas quais se apóia sobre ambos os pés, o centro de gravidade se movera ao mesmo tempo que o eixo do corpo, da linha perpendicular de gravidade.
A amplitude e a freqüência dessas oscilações do eixo do corpo podem ser medidas com o stato-cinesímetro.este aparelho fornece as informações de duas formas:
-Vetorial – quando os movimentos anterior, posterior e lateral são registrados – este é o stato-sinesograma.
- linear - quando os deslocamentos anterior e posterior são diferenciados dos deslocamentos laterais e são registrados no tempo. Este é o stablilograma.
O centro de gravidade de um corpo é o ponto de equilíbrio de todas as partes desse corpo e que a linha da gravidade é uma linha perpendicular ao chão a partir deste ponto.
O centro de gravidade de um corpo está situado corretamente quando a linha de gravidade alcança o perímetro da base de apoio.Para manter o corpo na vertical, numa posição confortável e simétrica necessitamos, necessitamos somente de uma participação pequena dos músculos, já que o trabalho principal é feito pelos ligamentos.
A característica mais comum dos atores e dançarinos de diferentes culturas e épocas é o abandono do equilíbrio cotidiano em favor de um equilíbrio “precário” ou extracotidiano.
O equilíbrio extracotidiano exige um esforço físico maior, dilata as tensões de tal maneira que o ator bailarino parece estar vivo antes mesmo que ele comece a se expressar.
Podemos perceber o uso do equilíbrio precário principalmente nas tradições orientais (Nô, Kabuki,odisse,etc.), na Mímica e no Balé ocidentais, todas elas técnicas extremamente codificadas. O uso deste equilíbrio de luxo exige um excesso de energia.
Uma mudança de equilíbrio resulta numa serie de tensões orgânicas especificas, que compromete e enfatiza a presença material do ator, numa fase que precede a expressão intencional. O ator que não consegue dispor-se a este equilíbrio e dinâmico não tem vida na cena.
A oposição de tensões diferentes no corpo do ator é percebido cinestesicamente pelo expectador como um conflito entre forças elementares,o equilíbrio deve torna-se dinâmico.O equilíbrio dinâmico transmite a sensação de movimento no espectador mesmo na imobilidade.
Dilatação
Eugênio Barba diz que um corpo - em - vida é mais que um corpo que vive. "Um corpo - em- vida dilata a presença do ator e a percepção do espectador (...) o corpo dilatado é acima de tudo um corpo incandescente, no sentido científico do termo: as partículas que compõem o comportamento cotidiano foram excitadas e produzem mais energia, sofreram um incremento de movimento, separam-se mais, atraem-se com mais força, num espaço mais amplo ou reduzido".
Copilação de trechos do livro A ARTE SECRETA DO ATOR
Leia também: A VOZ DA ATRIZ

Um comentário:

  1. Meu apreço por essa arte é inversamente proporcional a minha falta de talento, sabe, Dea?

    Beijo, beijo!

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Que bom que deixou a sua opinião, volte depois que te respondo aqui mesmo. Beijão