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segunda-feira, 30 de maio de 2011

REVISITANDO O MURO


O Muro “The Wall” é um filme produzido pelo diretor britânico Alan Parker baseado no álbum The wall da banda de rock progressivo Pink Floyd uma das bandas de rock mais influentes da história. O filme foi concebido em 1982 com duração de 92 minutos, cujo roteiro foi escrito pelo vocalista e baixista da banda, onde atores dividem a atuação com momentos de animação que foram realizadas pelo cartunista Gerald Escaf.
O Filme é identificado como do estilo musical, outros preferem classificar como um grande clip já que os roteiros e todos os textos falados ou não são baseados no Álbum The Wall. Na verdade somente duas músicas são cantadas stop e In the flash. No entanto as músicas contam toda a história de sofrimento aonde desfilam todo o conjunto de fatores que formam esta pessoa frágil, dependente, hostil que não consegue lidar com tudo isso.
O filme conta a história de um cantor de rock em crise, viciado em drogas que relembra em pensamentos , pesadelos e sonhos toda a sua vida e seus dilemas emocionais a partir de sua infância solitária com um pai ausente, morto em batalha na II Guerra Mundial, uma mãe super-protetora e uma escola de sistema tradicional-autoritário no qual o pensamento livre e criativo é castrado. Mas que é desafiado pois as crianças se revoltam e reagem a esta situação.
Sua vida desfila através das musicas, desfilando entre sua infância adolescência e atualidade sem seguir a ordem cronológica. Em alguns momentos há delírios no qual ele se vê como um grande ditador que comanda a massa de pessoas livre de ideais e prontas para serem manipuladas. Fica claro o fracasso nas relações humanas do personagem pois a perda é constante, seu pai, sua mulher, a falta de amigos e a dependência das pessoas próxima: Mãe, Agente, empregados.
Mas tarde cenas de sua vida adulta, casado e traído por uma mulher que ele despreza, se junta ao momento em que ele passa a desistir da vida. As mulheres são mostradas em alguns momentos como um ser manipulador e em outros são alvos da violência como na cena do estupro no final do filme.
O muro  construído é a alienação no qual se interpõe entre uma vida na qual o ser humano poderia ser livre e a dominação, o poder, a violência. Talvez represente o muro instransponíveis nos quais as pessoas constroem durante a vida para se esconderem covardemente e assim se manterem a parte da realidade., O personagem oscila entre a dominação e o dominado, o violento e o violentado a ação, a reação e a inercia.
Há um momento uma cena na qual o filme faz uma referência a um ex-integrante e co-fundador do grupo: Sid Barret que após sete anos afastado do grupo reaparece durante a gravação do Álbum com todos os pelos do corpo raspados, talvez como algum ato de protesto ou desespero.O filme não pode ser afirmado simplesmente como psicodélico, pois o clima sombrio que desnuda a natureza humana vai muito além dessa classificação. È um filme que causa um desconforto com suas cenas fortes, justamente por nos fazer repensar na sociedade cruel que sustentamos. A cena mais famosa do filme que é a da fase da adolescência subjugada a um sistema escolar autoritário está bem representada nesta frase de Michel Focault:
“Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo.”
Ou para o momento no qual as crianças se rebelam:
“Devemos não somente nos defender, mas também nos afirmar, e nos afirmar não somente enquanto identidades, mas enquanto força criativa.”
Creio que quando o autor Roger Auters (vocalista e baixista da banda Pin Floyd) criou esta metáfora (o filme) sabia aonde queria chegar, sendo uma referência até hoje. Há um tempo escrevi um texto simples e direto no qual me fazia perguntas sobre o sistema educacional que vivi e a minha referência de imagens foi justamente um fragmento deste filme 
Recomendo o filme para todos aqueles que além de gostarem de uma boa música queiram caminhar em imagens e sensações que nos levem a refletir até que ponto tem ou somos parte de tudo que se passa neste mundo que dizemos novo, mas com questões que desagradam e se repetem no mundo humano desde a nossa primordial existência.
Referências
Veja o filme:  O Muro
VH1:A História do Rock. Pink Floyd

7 comentários:

  1. Eu tenho em DVD tanto o filme como o show que o Roger Waters fez em Berlim. São duas superproduções, impossível, ao menos para mim, dizer qual é a melhor versão.

    Recentemente, acho que no final de semana do dia 2, o show foi reapresentado em Londres. Quem sabe, algum dia, eu ainda possa vê-lo? Não sei. Gostaria.

    Beijos!

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  2. Vou ver, só pela maneira como descreveu tão bem. Dá uma enorme vontade de assistir. Bjssss

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  3. Não sou muito fã do Rock, mas, de acordo com o que descreve fica a vontade de ver pra uma melhor avaliação do filme. Pois fez uma apologia do filme aos cinefólos.
    Abraço

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  4. Bela resenha!Adoro Pink mas só assisti alguns trechos do filme!Vou dar uma conferida!
    Quanto a não me achar no Msn...bem...Eu quase não uso, não gosto muito heheheeh!!!A propósito, votei no seu blog!Abração minha querida e uma ótima semana!;)

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  5. Uau Pensador então vc é fã mesmo, né?

    Patricia , Lu e Anderson, procurem na integra tenho certeza que irão gostar.


    Chumbawamba alguma informação está errada? a vontade para me corrigir.

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  6. SUPER DIKA, vou conferir, valeuz,

    jopz

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Que bom que deixou a sua opinião, volte depois que te respondo aqui mesmo. Beijão