
Gosto de flores, flores plantadas no chão, raízes na terra esperando sol, chuva, lua ,sereno. Frescas, cheias de cores, odores,cheiro de vida. Não gosto quando lhe cortam os galhos, lhe arrancam os espinhos e o odor se transforma em cheiro de morte. Não adianta a função dada, casamento, batizado ou funeral as flores ficam com cheiro de morte e me dão medo. Não vejo romantismo em se arrancar os órgãos sexuais de um ser vivo só por capricho, lhe encherem de químicas e anilinas para transformar suas cores em exotismo e dar a alguém como prova de amor. Amo as flores, amo a vida, quero elas para os jardins, parques, abelhas, besouros, beija-flores e morcegos. Quero elas para os olhos reproduzindo a vida, encantando a alma. Com folhas cheias de teias de aranhas e gotas de orvalho, e em alguns casos a promessa de num futuro próximo frutos doces para abrandar a fome ou encantar a língua. Quanto mais singela , mais gosto porque não exigem muito para estarem sempre presentes.Flores arrancadas estão mortas, portanto perfeitas para ornamentar a morte, sim a morte também precisa de beleza, os últimos momentos que temos antes de virar alimento de flores e bichinhos trabalhadores. As flores morrem junto e são as nossas últimas e delicadas companheiras.