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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ANSIOSA


Estou esperando, uma quinta chegar nem sei porque. Seria uma quinta qualquer, de um novembro qualquer, primavera das estações, primavera na vida. Sem explicação palpável esperando essa quinta que demora tanto a chegar. Todo mundo espera alguma coisa de uma sexta, dos domingos, até mesmo das segundas, mas o que tem esta quinta? Alguma coisa importante irá acontecer, não me pergunte como sei, sei e sou assim, precinto, percebo as mudanças.
Um presente? Flores? Joias? Uma herança?
Será visita? O Messias? O Anticristo? Um anjo?
O fim do mundo? Ou o vislumbre do cotidiano que me escapa a muito?
Muito trabalho pra amanhã é o que me espera: pesquisas, planejamentos, estudar e memorizar textos, amanhã não tenho ensaio no teatro, não dou aula, mas ensaio em casa, fora as coisas do meu lar. Mas sigo com a sensação de que amanhã será especial. Uma ansiedade já sentida outras vezes. Não sou de falar assim de meus dias, no entanto hoje senti uma vontade louca de compartilhar.
A verdade é que estou naquela fase que de tempos em tempos me vem: A necessidade da mudança  E ela sempre começa assim, em mim, bem estranha. Acho que preciso ser sacudida e virada de cabeça por alguns segundos. Matando muitas coisas pra que outras venham a nascer e como um filho é uma espera, uma espera ativa, turbulenta.
Ouça a música do texto
Vampira Dea


domingo, 17 de junho de 2012

O CALOR DA PRINCESA

A história que descrevo pode já ter acontecido com inúmeros tipos de princesas, inclusive as que não são descritas nos livros, não tem olhos azuis e cabelos loiros e tampouco vivem em castelos..
Ela até que era uma menininha bonitinha para os  padrões das princesas dos livros. Se vestia de cor de rosa, tinha olhos azuis, nas primaveras bolos e balões, amiguinhas parecidas com elas. Um pai, uma mãe, uma família que parecia perfeita, bem grande dentro de um lindo castelo, com todos os entes que se podia imaginar e viviam juntos os de longe se visitavam e dormiam nas casas uns dos outros e  dela esperavam sempre toda a perfeição. Ela não acreditava naquele calor falso que circulava a sua vida. Não aguentava as mãos que de vez em quando lhe bolinavam na calada da noite. Tinha tanto medo e nojo que nunca abriu os olhos, nunca soltou um único som, prendia a respiração e pedia para o tempo passar, o tempo passou, ela cresceu com uma fascinação e um ódio mortal. Aquele calor que ela sentia nas horas  que ela queria esquecer, ela transformou aos poucos numa fixação que acabou um dia com uma linda tocha humana que fez ela sorrir, ao ver aquela carne espumando, enquanto dançava ao som da dor, ainda sorrindo ela disse a ele: Te devolvo todo o calor que você me deu.
Vampira



sexta-feira, 6 de abril de 2012

O HERÓI

Queria ter visto ele normal. Sem a roupa especial, sem capa. Simplesmente com um sorriso tranquilo, um bom dia ao passar e nada mais,a rotina seguia, mas não queria pedir nada. Visto que ninguém vive só, um dia precisei dele. Gritei e não precisei pedir por favor, nem chamar duas vezes. Ele veio, ele veio, me pegou pela mão, puxou e me levou no colo pra bem longe dali... Isso foi só nos meus sonhos, porque a realidade era a água suja que me cobria até o pescoço, as pernas presas em destroços, muitos me viam, poucos conseguiam chegar perto para ver no que eu padecia, pensavam era ela, era com ela, não acontecerá comigo. 
Eu não era pior nem melhor que qualquer outra pessoa, só dei o azar de estar ali naquele momento, de pensar o que pensei e de fazer o que fiz. Não estava com tempo pra chorar, resolvi gastar meus últimos minutos cantando, uma canção besta que em tempos viravam solfejos suaves, abrindo caminho para uma amiga  que me visitava de tempos em tempos e eu de tão acostumada já sorria ao seu encontro.
Minhas pernas adormeciam e eu não sentia mais dor, meus dedos encolhidos por tanto tempo na água, tinha fome, tinha sede, afundava um centímetro a cada instante. Ali naquele momento ninguém me amava, apontavam e o meu herói nunca chegou. Morri sorrindo coberta de lama, num sorriso de escárnio jamais visto. E ele, o meu herói na verdade nunca me viu, era só uma pessoa comum e ocupada como você...
Vampira Dea