As coisas não andam fáceis, mas hoje é sexta. Mastigo um chiclete fajuto e andando na escuridão chuto uma pedra a esmo. Ando bem nervosa, continuo com muita fome... Minha última tentativa foi frustrada. Olho em volta e vejo que não sou melhor em nada que eles. Muitos voltam cansados dos trabalhos, outros catam lixos para comer, outros vão a igreja, alguns a se divertir, outros a se prostituir, muitos estão drogados, na verdade todos. Todos com seus vícios, suas drogas e suas dependências, algumas compradas à luz, outras sob a escuridão, mas todos estão viciados, será que têm essa consciência? Não tenho pena, não tenho compaixão, tenho só a fome. Vejo um homem no precipício que dá para o mar, acho que hoje não vou passar fome.
Tão suave quanto um suspiro
Dando voltas e voltas me aproximo
Sempre dou uma mordida grande
É uma visão tão deslumbrante
Um pescoço assim tão desprotegido
Um pescoço assim tão desprotegido
Poder comer no meio da noite
Mas,nunca posso ter o bastante
O bastante de tudo isso , ouço um gemido e um pedido: Quero viver!
É sexta
E eu estou apaixonada, Olho o precipício, as ondas batendo nas pedras e sinto vontade de me jogar no lugar dele, no entanto que graça teria, não morreria mesmo, peço que ele dance um pouco ao som da noite agarrado ao meu corpo e então deixo ele ir, bebi só um pouquinho dele, ele recuperou a vontade de viver quando se viu frente a morte... Não sou tão má assim, que pena, continuo com fome.
*A Vampira tá voltando. Continho inspirado nesse clipe do The Cure, que eu não parava de escutar na adolescência quando pensava que a vida era dura. Morava na periferia, num lugar que o sol e a poeira castigava ou a chuva enlameava e alagava tudo. Lugar sem nada, tinha um cemitério que dizem ser o mais antigo em atividade quase no meu quintal aonde a gurizada brincava de esconde-esconde.Andava léguas pra chegar em qualquer lugar, mas eu morava perto da praia, tinha pés de cajá e goiabas, canas doces e a vida corria devagar recheada de sonhos e temores que eu pensava um dia decifrar.
"Certamente constante são os nossos temores a decifrar, poucos os amores a valorizar, que assim seja, nada sem amor, ou odio mudará..."
ResponderExcluirO "Vampiro de Curitiba" do Dalton Trevisan, às vezes, luta contra sua vontade. No fundo, queria mesmo era um amor... mas não consegue ser tão bonzinho.
ResponderExcluirBom te ler de novo, Dea!
Beijo
MeninaMisteriosa
Você chamou e eu vim!!!Acho que somos uma raça de predadores...Dissimulamos nossos potênciais, intenções, natureza...A sede do "sangue" alheio nos consome, e nos compete dominá-la, e num mundo onde os carneiros são morcegos não ser devorado é uma questão de sorte, e não devorar completamente é uma questão moral quase sempre desprezada!Particularmente prefiro recolher minhas presas, mesmo que outros morcegos não pensem assim!!!Blood Kisses!!!;)
ResponderExcluirViciados + bonzinhos = isso não dá certo! rs. Vc é a mais bela das contradições que eu gosto de ler. E volta mesmo, seu lugar é aqui.
ResponderExcluirBjs meus
Fds em SSA, ui, ui.
Tinha saudades das histórias da Vampira. Espero que ela não vire névoa outra vez...
ResponderExcluirBeijos!
Olá minha querida Vampira Dea.
ResponderExcluirComo está?
Bom passando para uma visita.
Tenha uma ótima quinta-feira.
"I open up my wings for a flight deep"
Beijos
http://teinteressablog.blogspot.com