- A entrevista da vez é com o publicitário, músico e escritor Luis Gustavo Martins, autor do blog e do livro de mesmo nome: Mincontos Perversos. Natural de Lins, paulista de 43 anos, faz parte do cenário cultural Curitibano e vale a pena conhecer um pouco mais sobre sua trajetória, convido vcs a conhecerem um pouco desse mundinho dos minicontos, aconselho a despir dos preconceitos e experimentar livro e blog, de vez em quando um nó danado outros ficarão rubros ou ainda a sensação das primeiras piadas picantes, ou então fiquem, fiquem indignados...
- Dea Mota: O que o motivou a começar a escrever, criar um blog e quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha, ou seja o livro ou o blog?
- Gustavo Martins: Comecei ler (de verdade, livros grandes e complexos) bem cedo, a escrever poesias e músicas cedinho, lá pelos 13 anos. Aí na época do vestibular pratiquei muita redação. Quando entrei na faculdade de propaganda foi natural me bandear pro lado da redação publicitária (lembra? textos curtos.30 segundos pra rádio e TV, síntese máxima para outdoor e anúncios.Mais ou menos nessa época li Hemingway e Rubem Fonseca e me apaixonei pelos contos (short stories) Um dia, lá pelos 25 anos me deu o click. E se eu escrever contos mais e mais curtinhos, usando o mínimo possível de texto, como faço em propaganda?Aí nasceram os MiniContos Perversos. Fui escrevendo um atrás do outro sem ter onde publicar, pensando, um dia uma grande editora me acha. Lá pelos idos de 2007 descobri os blogs -- perceba, meio atrasado.Em 2008 nasceu http://minicontosperversos.blogspot.com/ Os contos narram com naturalidade e sem emitir opinião acontecimentos que, para a massa seriam chocantes.Por isso perversos.
- Dea Mota: Seu contos curtos tem um pouco de subversão, comicidade sutil, crueldade poesia e elementos do cotidiano.
- Gustavo Martins: Digo que são contos de auto-ajuda só que ao contrário
- Gustavo Martins: .Charles Bukowski, Dalton Trevisan, Bill Waterson (Calvin & Hobbes) e todos os grandes e antigos do blues.Fujo de anedotas e de noticiário policial
- Dea Mota: Costuma usar algum setor especifico da arte como inspiração?
- Dea Mota: Tem vezes que penso o mesmo , mas sabemos que não é uma regra.
- Gustavo Martins: Até a maldade é um bom combustível também.
- Dea Mota: Você criou uma personagem, o Zé, pois me diga : É uma personagem mesmo ou é o seu alter ego.
- Gustavo Martins: O Zé existe em cada grupo de amigos. Não criei não, só dei forma.O Zé, diferente do que muita gente possa pensar, é um romântico mulherengo com problema de autoestima.Ele personifica as dezenas, centenas de histórias de conquistas que ouvi dos amigos, imaginei e, quem sabe, vivi. Mas veja, o Zé nunca é um cara bem-sucedido. Aí perderia a graça (lembra do que falei dos escritores felizes. O Zé se esforça pacas, ás vezes é politicamente incorreto e, invariavelmente, se dá mal, como nas histórias de caras que se dão muito bem são inverossímeis; são aquelas que escutamos de babacões que (quase sempre mentindo) contam vantagem.O Zé é reflexo da realidade.
- Dea Mota: Pra mim que sou fã é um anti herói perfeito, é aquele homem que faz parte das nossas vidas reconhecemos em seus erros e pilantragens mais ainda amamos por ser exacerbadamente humano e capaz do inesperado, desculpa mas é que sou fã do MCP
- Gustavo Martins: A mim não, sou menos que coadjuvante.
- Dea Mota: Mas vc se reconhece em algumas daquelas histórias, né?
- Gustavo Martins: Seria abominável se não me reconhecesse. As histórias nem sempre são contruídas por narrativas lineares. Às vezes uso trechos de 2, 3 narrativas para escrever um MCP.Principalmente em relação ao fim. Conto bom tem que ter fim, mas na minha "casta" opinião, não pode ser "sacadinha", senão vira anedota. Aí uso a imaginação ou junto histórias para criar finais aceitáveis (para um bom leitor).
- Dea Mota: Surpreender sempre.
- Dea Mota: Surpreender sempre parece ser o seu lema.
- Gustavo Martins: Mas SEM SER SACADINHA.Tem escritor de conto que não entende isso. Aí escreve 23 contos, e ficam todos com a mesma linha narrativa, ficam previsíveis.Tedioso ler 90% dos escritores e 99% dos poetas.
- Dea Mota: Como vê a condição do autor literário no Brasil? Você pensa em tentar viver algum dia exclusivamente de suas obras?
- Gustavo Martins: Nem de literatura nem de música.Escrevo porque gosto. E o que gosto, que é LITERATURA, não vende.E se for me prostituir e escrever só o que o povo gosta de ler, aí é a mesma coisa que trabalhar no escritório que trabalho.Vou te contar uma coisa que exemplifica bem isto.Meu blog (de literatura, portanto, não tenho 10.000 acessos dia, mas algo em torno de 200, o que é muito bom pra literatura) tem um público fiel. Lancei o livro. Muita gente não comprou, pois, por mais que se amarre no blog, tem de graça os contos ali. PRA QUE COMPRAR O LIVRO? Usuários de internet são freeleadeers. QUerem o conteúdo de graça.
- Dea Mota: Deixa um recado pra quem está iniciando nessa aventura
- Gustavo Martins: Leitura de textos curtos, como os MCPs, é um exercício de criação e imaginação também. Então, ao entrar nesse mundinho vagabundo, solte os freios. Em pouco tempo você vai se apaixonar.
- Visitem: http://minicontosperversos.blogspot.com.br/
terça-feira, 15 de abril de 2014
ENTREVISTA: GUSTAVO MARTINS / MINICONTOS PERVERSOS
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Vish!Escrevi uma msg dizendo que havia gostado da entrevista, que gosto da linha do blog do cara, mas, que as capas dos livros eram o que gostava mais, mas parece que o comentário sumiu no limbo da internebs!
ResponderExcluirPassei pra deixar aquele abraço, e te desejar uma semana maravilhosa!Bjão companheira!=D