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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O EDIPUS REX

O Edipus Rex
 Oedipus Rex é uma “ópera-oratório escrita por Ígor Fiódorovitch Stravinski baseada na tragédia de Sófocles, Édipo Rei escrita em 427 a.C. A ópera foi composta na forma mais completa para orquestra, palestrante, solistas, coro masculino, recitativos, árias, duetos, coros. O libreto foi escrito por Jean Cocteau em Francês e depois traduzido por Abbé Jean Danileou para o Latin, no entanto a narração, é realizada na língua do publico. Sua estréia foi no Teatro Sarah Bernhardt em Paris em 30 de Maio de 1927.
Stravinski nasceu em Oranienbaum (renomeada como Lomonosov em 1948), na Rússia, e cresceu em São Petersburgo. A sua infância, como ele recorda na sua autobiografia, foi problemática: "Nunca conheci ninguém que tivesse verdadeira afeição por mim”.O seu pai, Fyodor Stravinski, foi baixo no Teatro Mariinski em São Petersburgo, o que deve ter influenciado a escolha de Stravinski pela música que ainda criança começou a ter lições de piano,teoria musical e então começaram as suas tentativas de composição.
Seu antigo idioma russo lhe parecia de mau gosto, talvez porque ele estava exilado da Rússia bolchevista e tentando se estabelecer como líder do movimento internacional avant-garde. Como outros neoclassicistas, Stravinsky reagiu contra o nacionalismo e o romântico reafirmando a primazia da forma musical. 
Apesar de construir a música em formas e idéias clássicas, a música de Stravinsky é inconfundivelmente pessoal. O compositor utiliza técnicas modernas como a dissonância e a variação rítmica, além de uma orquestração engenhosa que é sua marca registrada. A carreira de compositor de Stravinski foi notável pela sua diversidade estilística.
Sobre Édipo
A tragédia nasce para conter os instintos humanos da antiga sociedade grega, servindo de exemplo e catarse para seu publico, como um guia para quem não respeitasse as regras. Édipo é um mito no qual a leitura feita é a de que o homem não pode mudar o seu destino e isso acontece num ciclo que somente se fechará na medida em que uma série de encaixes de metades vão se ajustado umas às outras. É preciso juntar os fragmentos de saberes que se perderam ao longo do tempo e vão se encaixando pouco a pouco até formarem um total que será a verdade reconstruída.
Mas é possível fazer várias leituras diferentes porque toda a tragédia só acontece porque ele a buscou. Caso não tivesse ido a fundo em toda história não descobria os infortúnios e continuaria vivendo  sua tranquila vida de rei. E tudo isso só incomoda porque esta sociedade estabeleceu estes parâmetros de conduta.Existem  em algumas sociedades remotas parâmetros totalmente diferentes de condutas na qual a tragédia de Édipo nada significaria.
Oedipus Rex
A versão da qual falarei será a produção dirigida por Julie Taymor realizada no Festival Saito Kinen Matsumoto, no Japão em 1992 e filmado por Taymor para a televisão.Tendo como destaques: Philip Langridge , Jessye Norman , Min Tanaka , e Bryn Terfel.
Oedipo Rex tem toda a pompa, formalidade ritualística das grandes óperas, desde o primeiro momento arrebata com as vozes virtuosas de seus cantores, o cenário espetacular, a maquiagem compõe junto ao figurino um agigantamento de todos os artistas em cena. O coro me remeteu aos soldados de terracota da China. Outro ponto forte é a narradora que nos leva a cada evento com uma força incrível.
No primeiro momento se percebe logo que a personalidade de cada personagem está bem definida tanto com a voz quanto a composição dos figurinos no qual se destacam as grandes mãos gigantes que contam a história de cada personagem. Édipo com suas mãos abertas e dedos esticados suficientes para tapar a verdade diante dos olhos; Tirésias que tudo sabe com grandes olhos incrustrados nas mãos, Jocasta e suas mãos em concha como que a proteger, suavizar a verdade e seu irmão com mão que apontam que acusam.
Os recursos usados são altamente luxuosos e impactantes e são usadas uma variada gama de linguagens estão presentes elementos do teatro, dança, musica, artes plásticas, cinema. A luz equilibra e dá o tom do espetáculo, os elementos de cena encantam cada vez que surgem manipulados com muita suavidade, por mais simples que sejam como, por exemplo, os tecidos vermelhos que fazem a encruzilhada na qual se dá o crime.
Estranhamente como é de se esperar nas tragédias, ao fim, vendo a cena de Édipo indo ao exilio, debaixo da chuva, senti uma tranquilidade, o espetáculo termina assim suave e belo em contraponto ao inicio forte e agressivo.
Creio que a Ópera seja uma das formas mais completas de arte, onde praticamente estão presentes diversas linguagens em uma assim como o seu irmão teatro, sua irmã dança e sua irmã visual, está caminhando par ser um dia, denominados simplesmente e magnificamente: arte.


Vampira Dea

2 comentários:

  1. Um post sensacional e educativo.
    Conheço pouca coisa de Stravinski, e ainda não sabia desta versão da peça de Sófocles.
    Édipo Rei, conheci em duas montagens, há muitos anos, uma que buscava preservar a essência do texto original, maravilhosa, e uma adaptação "modernizada", que não achei que tenha ficado assim tão boa.
    O trecho que você postou aqui é magnífico, e só me deu a vontade de procurar a montagem completa.
    Beijo!

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  2. Pois é só colocar o titulo no youtube, esta dividido em parte, mas dá pra ver tranquilo

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Que bom que deixou a sua opinião, volte depois que te respondo aqui mesmo. Beijão