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domingo, 7 de março de 2010

IGUALDADE?!

dia intern mulher Março, mês da mulher, época para relembrar o passado e comemorar conquistas

Esse é o nosso segundo trabalho e é do Mário Ventura de Sá ( assíduo visitante do Dea e o Mundo que vive me dando nó). Ele tem uma forma muito diferente de construir seus textos, quase sempre são controversos, ao mesmo tempo cheio de seriedade, paramos para analisar de que lado ele está e ele ainda joga agua fria, mas no final como um grito de protesto ele faz acordar e sacudir a base.O recado que ele dá já estamos seguindo faz tempo... Mas sempre é bom lembrar.

O Dia Internacional da Mulher simboliza justamente a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Dia memorável sem dúvida mas de reflexão.

Dia em que se deveria repensar os Direitos Humanos

Dia em que os políticos com discursos inflamados enaltecem a mulher, ano após ano mas que nada fazem para alterar o preconceito instalado.

Falamos de Mudança de Mentalidades.

É comum ouvir da boca de muitas mulheres a expressão “ não percebo nada de politica “. Não incluo os movimentos feministas (alguns extremistas) que são uma gota de água que nunca vai conseguir transbordar o copo. O copo da discriminação entre mulheres e homens.

"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

Bertolt Brecht (1898-1956)

Não se pode dizer que se trate de uma luta do passado

Vários têm sido os esforços desenvolvidos para eliminar a discriminação entre mulheres e homens. Apesar dos muitos avanços verificados durante este século, subsiste a distância entre a situação ideal e a situação real, como reconheceram unanimemente as Nações Unidas, que adoptaram importantes convenções sobre direitos das mulheres, designadamente, a Convenção para a Eliminação de todas as de Discriminação contra as Mulheres.

Os resultados são extraordinários, diria como aforismo brilhante, com o reconhecimento formal de direitos, com uma política de pacificação apostada em esbater os conflitos e a discriminação através de "recomendações" e "declarações"

Contudo, são insignificantes se pensarmos no grau de participação que têm na gestão da vida politica, na condução da sociedade de que são parte integrante.

A igualdade entre mulheres e homens não se concretiza pela simples criação de leis ou convenções anti-discriminatórias.

Uma mudança só ocorrerá se as mulheres, totalmente conscientes dos seus direitos e responsabilidades, em todos os níveis, expressarem as suas convicções, abandonarem direitos abstractos para substitui-los por capacidades vividas.

Penso, que para que a mudança aconteça, as mulheres têm que se consciencializar e tornar real e efectiva a sua participação, o que dependerá mais do modo como se organizarem colectiva e solidariamente do que de concessão alheia.

MarioVentura Sá



6 comentários:

  1. Acredito que as mulheres governarão o mundo, em um futuro não muito distante.
    Atualmentem, um "dia delas" é relevante na medida em que leva à discussão dos problemas que ainda as afligem, mesmo em sociedades democráticas como a nossa.
    Belo texto.

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  2. Pensador nosso dia são todos, todo dia é dia de todo mundo mas é bom ter um dia pra lembrar,pena que seja justamente no dia que aconteceu uma tragédia.

    Concordo Toninho.

    Pois é me fale um pouco mais sobre esse dia 25 e de como são as condições das mulheres aí em Portugal.

    Beijão meninos.

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  3. Na vertente pessoal, sou um privilegiado, sou da classe média alta.
    Então, que necessidade tenho de me indignar?
    Teoricamente nenhuma.
    Pois é, esta é uma das grandes questões de fundo.
    Consciência, sentido cívico, defender a liberdade é um dever de todos.
    Eu penso e ajo assim.
    Não tenho ilusões, não consigo mudar o estado das coisas.
    E então?
    Sou um entre muitos, que felizmente, damos a cara, somos frontais e críticos acérrimos.

    O tempo, como sempre, está em constante mutação.

    Faço modestamente a minha parte que em consciência me compete.

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  4. Além de me deixar tão bem informada sobre a história, ahá descbri sua idade,misterioso.

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  5. Igualdade é sinónimo de liberdade.

    A 1ª. Fotografia remonta a 1826
    Fonte: Wikipédia

    Hoje 1º. Maio, nunca é demais relembrar o ano 1886 vivido em Chicago EUA.
    Salários de miséria, trabalho de escravidão que se estendiam até 17 horas diárias eram comuns nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX.
    Não existe fotografia deste dia, somente desenhos.
    Se hoje existem direitos foi "graças" a muito sangue derramado.

    Pensemos nisso!

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  6. Ainda as QUOTAS


    Apesar de a lei das quotas obrigar a que haja uma percentagem de candidatas nas listas políticas, os resultados mostram que as mulheres não são colocadas em lugares elegíveis.

    O relatório sobre tomada de decisão que foi apresentado pela Socinova, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é o primeiro do Observatório de Género/Sistema Integrado de Informação e Conhecimento, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.

    "O sistema de quotas é um ponto de partida", mas "não basta, é preciso depois que as pessoas que são colocadas nas listas sejam efectivamente colocadas em lugares que sejam elegíveis", é preciso "ir um pouco mais além".

    "Tem havido mudanças", mas são ainda "muito, muito, muito lentas" e, portanto, "persistem factores estruturais" e "mantêm-se as mesmas tendências" de anteriores estudos, acrescentaram.

    Há aspectos positivos, principalmente na tomada de decisão política, sublinham : no Parlamento Europeu a participação das mulheres "tem vindo a aumentar consideravelmente", situando-se "em 2009 já em 30 e tal por cento", quando "em 1994 andava nos 8%"; e "a proporção de mulheres na presidência dos municípios ainda é baixa em 2009, mas aumentou desde 1993 até agora – de 1,7 para 7,5%".

    Já nas empresas do PSI-20, em Março de 2010, não havia nenhuma presidente mulher, apenas três no conselho de administração e quatro na comissão executiva - "contra 19 homens como presidentes, 107 no conselho de administração e 62 na comissão executiva", realçam .

    Na administração do banco central não há mulheres, só homens.

    Estas tendências confirmam os resultados do estudo "Participação das mulheres nas elites políticas e económicas no Portugal democrático (25 de Abril de 1974 a 2004)", que mostravam que, "quer na esfera económica quer na esfera política, a participação das mulheres nos cargos de direcção era reduzida".

    À medida que começávamos a descer na hierarquia do poder, a percentagem de mulheres ia aumentando. Nos lugares de topo, onde se tomava mesmo a decisão e onde havia o poder puro e duro, estavam homens; nos lugares de apoio à decisão estavam fundamentalmente mulheres, actualmente esta tendência mantém-se.

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Que bom que deixou a sua opinião, volte depois que te respondo aqui mesmo. Beijão